JUNTO AO TRONO DA GRAÇA
De repente, nos tornamos crentes e verdadeiros filhos de Deus. E isso se deu porque Ele nos procurou – veio até nós com o Seu amor e usou de bondade para conosco, nós que estávamos distantes e nem perguntávamos por Ele.
Fomos transformados pelo poder celestial que entrou em nossas vidas e nos concedeu uma fé viva e poderosa no nome de Jesus – fé que nos mantém unidos com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.
Desde que nos conquistou, o nosso Pai Celestial sustenta, em nosso interior, toda a riqueza espiritual que Ele nos deu por meio do Seu Espírito, que em nós habita.
Recebemos muitas dádivas espirituais da parte de Deus para nos favorecer.
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tg 1:17)
Todas essas bênçãos chegaram até nós por causa da graça de Deus.
Você sabe: graça é quando recebemos coisas boas que não pedimos e que nem sabíamos que existiam. Graça é quando somos abençoados por Deus, mesmo sem merecermos.
Nós que somos terrenos e vivemos no mundo, fomos chamados para vivermos uma vida santa, pura e cheia do Espírito Santo, na presença de Deus.
Vivemos no mundo, mas não somos do mundo, e devemos andar na verdade. A Palavra de Deus é a verdade.
A nova vida que se instalou dentro de nós é uma vida santa, pura e eterna, em contraste com a nossa vida natural, que é terrena e carnal.
Por isso vivemos uma luta espiritual:
“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gl 5:17)
Precisamos fazer morrer a nossa natureza terrena. A Bíblia ensina que:
“Por isso vos digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza, comportamento livre e desregrado, ódio, discórdia, ciúme e ira… Eu os advirto, como antes já os adverti: aqueles que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus.” (Gl 5:16-17)
Precisamos orar ao nosso Deus, que tanto nos abençoou, para que, por meio de sua maravilhosa graça, nos capacite e nos fortaleça a fim de não cedermos aos impulsos e desejos da carne, e sejamos capazes de nos despir do velho homem e da velha mulher, que facilmente se corrompem.
Se você tem certos problemas, certas fraquezas, será preciso lidar com isso. Na verdade, todos nós temos fraquezas.
Essa luta espiritual envolve cada um de nós. A diferença é que alguns desejam se livrar do pecado em suas vidas, enquanto outros desejam, por mais tempo, continuar desfrutando seus prazeres.
Mencionamos aqui alguns pecados que podem estar dificultando a nossa caminhada espiritual. Temos que lidar com a natureza pecaminosa.
Vamos imaginar que você tenha, dentro do coração, um ressentimento. Você tem mágoa de alguém que o ofendeu, o humilhou e o desprezou.
É difícil lidar com isso, pois o sentimento que fica dentro de nós resiste e quer permanecer agindo, enquanto alimentamos pensamentos ruins contra quem nos tratou mal e nem se desculpou, nem reconheceu o que fez. Essas coisas nos deixam muito mal.
Além disso, você pode ter lascívia e impureza em seu coração – sentir muito desejo pelos prazeres do mundo e pelos prazeres sexuais.
É um problema sério: você está vivendo no lodo e na sujeira do mundo; sente tanto prazer que é dificílimo abandonar.
Mas, e se, em vez desses pecados, você tiver rancor? Esse sentimento não é fácil de lidar, principalmente porque é um sentimento forte e pode permanecer agindo em sua circulação interior por anos, envenenando toda a sua vida. É um sentimento de ódio que lança trevas em sua luz.
O rancor é um sentimento profundo e persistente em relação a uma pessoa, seja porque ela fez algum mal contra você, ou porque está numa posição que você gostaria de estar, ou mesmo porque você gostaria de ter a vida que ela tem. É uma mistura de rancor com inveja.
Esses males que citei causam um mal terrível à pessoa que os sente, porque corroem a alma e podem levar até a doenças físicas e emocionais.
Todos esses sentimentos envenenam a nossa vida espiritual e comprometem o nosso relacionamento com Deus.
Nosso crescimento espiritual fica paralisado. E, enquanto permanecermos nesse nível, segurando nossa mágoa, rancor, inveja e ciúmes, viveremos na carne, com a natureza humana reinando e a vida espiritual atrofiada, desejando se expandir.
Irmãos e irmãs, não vamos deixar o tempo passar. Assim que percebermos que estamos muito ocupados com a nossa natureza humana, é o momento de nos achegarmos ao trono da graça, confessar nossos pecados e pedir – clamar – por ajuda do céu, para termos força e sabedoria para romper com os sentimentos indesejáveis, e vivermos no espírito, sem sermos vencidos pela carne.
“Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” (Hb 4:14-16)