O QUE DEUS TEM PREPARADO PARA NÓS
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que Nele espera (Is 64:4).
Mas, como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam (1Cor 2:9).
Deus trabalha em nosso favor. Quando oramos, confiamos e descansamos Nele; Ele age, entra em ação e trabalha por nós.
Nas regiões eternas, agora, Deus está trabalhando, junto com Jesus, nos preparativos para nos receber nas moradas celestiais.
Nós, que cremos no Senhor Jesus e aguardamos a sua vinda, seremos recebidos nos céus com tudo já preparado, para começarmos a viver na eternidade.
No tempo presente, em relação às coisas terrenas; e no futuro, em relação às coisas eternas, Deus está ativo, trabalhando para nos favorecer.
Podemos ficar preocupados com a frase: “para aqueles que O amam”, que parece indicar que todas essas bênçãos maravilhosas são para pessoas especiais, que amam a Deus.
Mas, e quanto a nós? Será que O amamos?
Deus já cuidou dessa parte também. Ele sabe que se dependesse do nosso amor, teríamos muita dificuldade para amá-lo. Assim, derramou o seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo, que nos foi dado (Rm 5:5).
O amor de Deus já mora dentro de nós, e com esse amor, podemos amá-lo.
Talvez a gente não perceba, mas o seu amor está agindo e nos inclinando para Ele. Alguns correspondem mais a esse amor, que está em nosso interior, e expressam melhor o seu interesse por Deus.
O EVANGELHO DE JESUS CRISTO
O Evangelho de Jesus Cristo traz mensagens de bênçãos no tempo presente, e bênçãos no tempo futuro.
Temos garantido um futuro brilhante, e uma vida presente repleta de favores divinos.
Quando cremos em Jesus, recebemos a benção de termos acesso direto ao Pai Celestial.
Você não precisa de um guia espiritual, de um líder ou de um guru; nem mesmo de uma autoridade sobre sua vida.
Você só precisa de você mesmo. Sim! Precisa exercitar sua vontade para entrar na presença de Deus.
Se você crê no Senhor Jesus como o seu salvador, e também como seu mestre e seu guia, é porque Deus lhe deu o dom da fé, que é o primeiro dom e a primeira bênção que recebemos do céu.
Essa fé que recebemos é mais preciosa do que o dólar, do que o ouro, e mais valiosa do que mil prosperidades; é por meio dela que entraremos na eternidade. Se temos dinheiro e ouro, temos acesso à riqueza e ao poder deste mundo. Contudo, se temos fé no Senhor Jesus temos acesso às riquezas eternas.
PESSOAS QUE FORAM MUITO ESPECIAIS PARA DEUS
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).
Que ideia fazemos de Deus? Que Ele está longe, lá no céu, sem se importar comigo? Que Deus é severo, que nos castiga por qualquer coisa que fazemos de errado?
Muitas ideias que circulam por aí não combinam com o maravilhoso Deus, que entregou seu filho em nosso favor, e que vai nos abençoar em todas as nossas necessidades, sem que tenhamos que pagar por isso.
Sabemos que o acesso à presença do Pai está aberto, e em todas as épocas encontramos pessoas que souberam aproveitar essa “Janela de Oportunidade” e buscaram a Deus intensamente, desenvolvendo muita intimidade com ele.
Deus é uma pessoa. Sabemos disso porque ele nos criou à sua imagem e semelhança; por isso, somos pessoas. Somos pessoas humanas, e Deus é uma pessoa divina; somos semelhantes, e por essa razão podemos nos relacionar e interagir.
Observando a vida de algumas pessoas na Bíblia, ficamos admirados com a intimidade vista entre Deus e elas: seriam filhos preferidos ou foi Deus que se sentiu respeitado e amado, e retribuiu com bênçãos especiais?
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM ENOQUE
Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas.
Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos.Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si. (Gn5: 21-24)
O privilégio que Deus concedeu a Enoque foi inigualável. Ele estava vivendo a sua vida na Terra e Deus o tomou para si. Então, foi transferido para o céu, para estar na presença do seu Criador.
Deus e Enoque eram muito íntimos. Percebemos que Deus gosta muito de estar com pessoas que andam com ele e apreciam sua companhia. Enoque levou uma vida normal (como eu e você). Ele tinha o seu trabalho, casou-se e teve um relacionamento normal com sua esposa, filhos e filhas.
No entanto, havia algo diferente nele, que o destacava dos demais jovens de sua geração: ele andava com Deus. Porém, a Bíblia não entra em detalhes sobre como era esse “andar com Deus”.
Pelo resultado que ocorreu em sua vida, imagino que ele conversava com Deus diariamente e escolhia lugares quietos para experimentar a sua presença; obedecia aos seus mandamentos e sentia prazer em sua palavra; era fortemente atraído para o alto.
Enoque, desfrutava normalmente a vida com sua esposa, festejava o aniversário de seus filhos e filhas, entretanto, sentia-se muito atraído pelo Senhor e pelas regiões celestiais. Ele olhava muito para o céu, suspirando e desejando estar mais próximo de Deus. Era tão íntimo e sentia tanto prazer e alegria na Sua presença, que o coração de Deus foi convencido que era melhor para Enoque estar perto de si. Assim, a distância entre o céu e a Terra foi diminuindo, se tornando muito próxima, até que Deus o tomou para si, transferindo-o para o céu sem passar pela morte.
Fico impressionado com pessoas assim, que amam a Deus e conquistam o seu coração, fazendo com que Deus tenha reações divinas ao ponto de desejar estar mais próximo delas.
O livro de Judas menciona que Enoque era sensível aos pecados de sua época. Ele conhecia o estilo de vida dos ímpios, sabia o que eles faziam, e também ouvia as palavras que diziam contra Deus.
A fé de Enoque era tão grande que tudo o que ele fazia em seu dia a dia era confiando no seu Deus.
Aprendemos que o nosso Pai Celestial gosta de pessoas que evitem o mal, que o respeitem e busquem sua presença com frequência. Deus não fica indiferente às nossas expressões de amor por Ele.
“Enoque amava a Deus e demonstrava o seu amor andando com Ele”.
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM A VIÚVA
Havia uma profetisa chamada Ana, viúva, de 84 anos, filha de Fanuel, da tribo de Aser, e que vivera com seu marido por 7 anos desde que casaram. Ela não deixava o templo, adorava, noite e dia, em jejuns e orações. Chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino para todos que esperavam a redenção de Jerusalém (Lc 2:36-38).
Na época que Jesus nasceu, havia muitas viúvas em Israel, porém somente uma foi presenteada por Deus com uma excelente benção. O Pai Celeste revelou a ela que o Messias tinha nascido, que o Salvador do Mundo havia chegado.
Deus amava todas as viúvas, mas o seu coração estava bastante ligado a esta, em especial. Por isso, concedeu a ela a gloriosa revelação de que Jesus Cristo havia nascido.
O modo de vida de Ana, a viúva de 84 anos, despertou o interesse de Deus. Ficou casada por 7 anos até que seu marido morreu. Então, decidiu que não se casaria de novo, passando a dedicar sua vida ao Senhor. A sua vida, os seus dias e as suas horas ela passava na presença do Pai. Estava sempre no Templo, adorando, noite e dia, com jejuns e orações. Nunca conheci uma mulher assim, com tanta sede de Deus.
Ana não era uma mulher que se reunia com as outras viúvas para conversar, fazer trabalhos manuais, jogar cartas, ficar conversando; ela não se interessava, nem se alegrava com tais encontros e atividades. O seu coração estava voltado para o alto, e ela se relacionava com Deus o tempo todo.
Como as outras viúvas, Ana enfrentava o perigo dos escribas e fariseus, que gostavam de visitá-la com um simpático sorriso no rosto apenas para tirar seus bens, dizendo ser para a obra de Deus. Porém, de nada adiantava, porque estava sempre no Templo. Ana, com certeza, conhecia o coração desses visitantes, cujo intuito era “devorar as casas das viúvas”.
Ela tinha sede de Deus, e se dedicou a estar em sua presença; tinha a iniciativa de estar com Ele dia e noite.
Dá para perceber porque Deus tinha comunhão íntima com Ana: “Ana amava a Deus e expressava o seu amor dedicando-se a orar e jejuar, levando uma vida santa na presença do Senhor”.
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM MARIA MADALENA
Maria Madalena tinha o seu coração voltado para o Senhor; a sua ligação com Jesus era profunda.
Tudo começou quando ela era uma mulher pecadora, de má fama em sua cidade. Nesse tempo, aproveitou o momento que Jesus passou em sua cidade, na casa de um fariseu chamado Simão, aproximou-se Dele, e fez o que vamos ler agora:
Eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com perfume; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhes os pés e os ungia com perfume (Lc 7: 37-38).
Esse encontro de Maria Madalena com Jesus foi impressionante. A sua coragem em se aproximar Dele, numa sala cheia de gente, com um vaso de perfume nas mãos, e fazer o que fez.
Ela foi a pessoa que se aproximou de Jesus de forma mais profunda e criativa, demonstrou seu arrependimento e desejo de ser perdoada, chorando e regando os pés de Jesus com as suas lágrimas e os enxugando com seus cabelos; beijava os seus pés e os ungia com perfume.
A força dessa cena é arrebatadora. Ela não era uma poeta; mas, provavelmente, uma prostituta. De onde saiu essa inspiração tão sublime para declarar a Deus seu arrependimento e desejo de se aproximar Dele, sem palavra alguma?
Um encontro fascinante. Que inspiração! Aproximou-se de Deus no silêncio de sua alma, e derramou seu coração e sua vida inteira neste momento único; Jesus jamais esqueceria dessa hora tão doce e sublime. Essa cena, com certeza está registrada no céu, em algum livro eterno que um dia conheceremos.
O Pai eterno concedeu a ela poder ver e conversar com dois anjos brilhantes que estavam vestidos de branco, dando-lhe o privilégio de ser a primeira a ver o Senhor Jesus ressuscitado, e “entender” o que estava acontecendo, pois era necessária a revelação, por parte do Pai, para ver Jesus e entender que ele ressuscitou. Esta era uma retribuição da parte de Deus, em reconhecimento ao seu carinho, amor e devoção a Ele.
“Maria Madalena amou Jesus quando ainda era pecadora. O seu pedido de perdão sublime e perfeito demonstrou que o seu coração seria, para sempre, totalmente Dele”.
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM DAVI
Davi realizou muitas coisas importantes e foi abençoado por Deus em todas as áreas de sua vida. Contudo, queremos destacar a sua última proeza, que enche os nossos olhos de admiração.
Davi havia cometido um pecado horrível, e, para ele que temia ao senhor, o que fez foi abominável.
Em poucas palavras, Davi se envolveu com uma mulher belíssima, chamada Bate-Seba, que era casada com o general Urias. Enquanto Davi se envolvia com a sua esposa, o general estava em guerra, lutando pelo bem do reino de Israel.
Bate-Seba engravidou, e Davi fez o possível para dar a entender que o filho era de seu marido, e não dele. Porém, seu plano falhou, e ele precisou tomar medidas drásticas para esconder o que havia feito. Davi, decidiu, então, mandar matar o valente general, que caiu e morreu, porque Davi não resistiu à tentação de possuir sua mulher.
Quando o fato aconteceu, Davi era o rei de Israel. Ele fez tudo em silêncio e às ocultas, porém Deus, que não dorme, viu o ocorrido, e se lhe inflamou a ira contra Davi que, além de cometer adultério, tornou-se um assassino, mentindo por todos os lados. Neste episódio, Davi demonstrou total falta de temor ao Senhor em seu coração.
Deus, contudo, o perdoou. No entanto, sua ira se acendeu contra Davi, e sobre ele determinou as consequências que teria de sofrer por causa do seu grave pecado.
Entre as várias sentenças que o Senhor determinou contra Davi, citamos as mais graves: que a guerra sempre estaria presente em sua vida e que a morte jamais se afastaria de sua família.
Vamos ver algumas coisas que Davi sofreu: a criança que Bate-Seba deu à luz veio a falecer; seu filho Amnon estuprou a própria irmã; Absalão matou Amnon (eram todos irmãos); Absalão se revoltou contra o pai (Davi) e organizou uma rebelião para tomar o reino de Israel para si. Por fim, o próprio Absalão morreu nesta rebelião.
Davi entrou numa vida de angústias, sofrimentos e perigos; sofreu com a perda de muitas pessoas que lhe eram queridas; ou seja, a sombra do peso das consequências o acompanharia para sempre.
Numa situação dessas, a maioria de nós sentiria vontade de morrer, e viveria cabisbaixo, sem nenhum interesse pela vida.
Precisamos considerar que o Senhor perdoou Davi, perdoou o seu pecado, mas deixou que as amargas consequências o afligissem. Deus o castigou mas também o fortaleceu para suportar o peso dos dissabores.
Sabemos que Davi era amigo de Deus, de longa data. Ele já havia experimentado mil livramentos de morte; quantas orações o Senhor respondeu a ele, e ele recebeu das mãos de Deus inúmeras bênçãos. Os salmos poéticos, delicados e profundos que escreveu, revelam a íntima comunhão entre Davi e o Pai Celestial.
Foi por aí que Davi se reergueu e iniciou a sua grande proeza de vida: decidiu não ser dominado pelos infortúnios e resolveu não se entregar.
Ele se levantou, entrou na presença de Deus (que conhecia tão bem) e renovou o seu relacionamento. Firmou-se na estrada da vida, buscando a face de Deus; começou novamente a se relacionar com o Senhor diariamente e desfrutar da sua doce presença; foi avançando em sua vida de comunhão.
A partir de então, seu dia possuía duas cores: a cor negra – da escuridão dos sofrimentos, e a cor dourada – de uma nova comunhão com o Pai Celestial.
Se algo acontece conosco, se erramos e as consequências vêm atrás de nós, nos tornamos pessoas desonestas e desorientadas, murmuramos, saímos da igreja e nos afastamos de Deus; seguimos em frente com uma vida medíocre. Começamos a correr atrás de pregadores, em busca de soluções mágicas, e nada se ajeita.
O exemplo de Davi está registrado na Bíblia para iluminar o nosso entendimento. Seja lá o que tenha ocorrido, precisamos andar com Deus e buscar a sua presença. O acesso ao Pai está aberto. Nosso Deus perdoa os nossos pecados e continua andando conosco.
Para nós é difícil, pois os sentimentos nos desanimam. Grande volume de emoções se forma na alma, e ela fica pesada. Ficamos tristes, desanimados, sem perspectiva e cheios de maus pensamentos.
No caso de Davi, o feito heróico de levantar a si próprio, conduzir a vida na luz e ser um vencedor no seu dia a dia, na verdade, foi um feito espiritual admirável; ele confiou em Deus, que prosseguiu abençoando a sua vida, em todos os sentidos; ele foi sustentado e fortalecido, tanto para superar as dores que sofria, como para seguir em frente, prosperando em todas as áreas e desfrutando de alegrias e grandes vitórias.
“Davi, desde a mocidade, amava a Deus, e mesmo quando cometeu um grande erro e teve que enfrentar sofrimentos, continuou buscando a Deus e experimentando de profunda intimidade com Ele”.
PESSOAS QUE SE TORNARAM QUERIDAS PARA DEUS
É fato que Deus sempre escolheu determinadas pessoas, de acordo com a sua vontade e os seus interesses. Escolheu Abraão, Moisés, e muitos outros; Jesus também escolheu doze para estar sempre junto com Ele.
Mas, essas que mencionamos (Enoque, a viúva, Maria Madalena, e Davi) tinham um ponto em comum: todas tiveram uma comunhão mais profunda com Deus. Elas foram muito queridas com o Pai Celestial, eram humanas (como eu e você), então receberam muitos favores, experiências e bênçãos especiais.
Percebemos que cada uma delas cultivava um relacionamento com Deus e tomava a iniciativa de buscá-lo. É possível ver que a inclinação de Deus para com elas não está relacionada a boas obras, nem a ganhar almas, fazer o bem, ofertar ou ter seu ministério, e tantos outros serviços, mas sim com o relacionamento pessoal que tiveram com Deus, e as iniciativas frequentes, em busca de intimidade com o Pai Celestial.