Ensinar com Palavras Agradáveis
REVERÊNCIA: É um sentimento de respeito profundo por Deus, por sua palavra e doutrinas; é reconhecer as virtudes e o valor eterno que os ensinamentos de Jesus têm para nossas vidas.
“O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento.” (Os 4:6).
Este alerta, escrito no Antigo Testamento, chega até nós!
Se as pessoas estão precisando de conhecimento, é porque aqueles que ensinam devem aprofundar o conteúdo de suas mensagens. Creio que o nosso Deus não se agrada quando misturamos o ensino da sua palavra com gracejos, piadas, palavrões.
Não encontramos, nos Evangelhos, Jesus saindo da estrada da reverência para fazer piadas em suas mensagens (não combina com Ele); nem os apóstolos fazendo gracejos em suas pregações, com a intenção de alegrar seus ouvintes.
Se eu levo a sério a meditação e o ensino da palavra, vou transmitir a mensagem com respeito e seriedade; se eu reconheço a maravilhosa pessoa que Deus é, e lembro do profundo sofrimento que Jesus passou na cruz, terei reverência quando estiver ensinando a verdade; e, se reconheço as virtudes eternas dos ensinamentos da Bíblia, ensinarei escolhendo as melhores palavras, darei o meu melhor, a fim de ornamentar o meu ensino. Terei consideração com as pessoas que estarão na minha frente, dispostas e interessadas a aprender os mistérios da palavra de Deus.
Vou ensinar com uma palavra temperada com sal (fruto de meditação); farei uso de “Palavras agradáveis, que são como o favo de mel, doces para a alma e medicina para o corpo.” (Pv 16:24).
Quantas pessoas foram presas, e até torturadas, por pregar e ensinar a Palavra; outros, sofreram perseguição e morreram; muitos deram a sua vida para ensinar a verdade.
Assim, não combina servir os ensinamentos eternos de Jesus na mesma mesa onde servem a ironia, as brincadeiras, as chacotas, e as risadas.
DEUS USA A QUEM QUER
Alguns comentam que Deus usa “a quem quer e quando quiser”, e, como exemplo, mencionam que até um jumento foi usado por Ele. No entanto, esse jumento é um bom exemplo para seguir, pois ele não proferiu gracejose não falou nenhuma palavra torpe, apenas transmitiu com fidelidade a fala que Deus colocou em sua boca.
Sabemos que o nosso Pai Celeste usa pessoas simples e com pouco estudo, tais como os pescadores, Pedro, Tiago e João, que eram discípulos de Jesus.
Eles não falavam tão bem, suas expressões deveriam ser muito simples; contudo, ensinaram com sabedoria e profundidade; não ocuparam seu tempo contando estórias e repetindo aleluias, gritando para impressionar e causar “efeitos na plateia”. Pelo contrário, eles conheciam Deus, Jesus, e o Espírito Santo, por isso, se ocuparam em ensinar e escrever coisas profundas que até hoje estão registradas na Bíblia.
Tudo bem! Eles conviveram com Jesus, e isso faz a diferença. Contudo, nós temos as palavras Dele, escritas na Bíblia, e todos os ensinamentos. Podemos ler, meditar, aprender, anotar, organizar e ensinar.
A MISTURA QUE NÃO FUNCIONA
Nosso Pai Celeste também usa aqueles que são cultos, tal como o apóstolo Paulo, que escreveu sobre temas espirituais complexos, dos quais o apóstolo Pedro chegou a comentar que havia coisas “difíceis de entender”.
O apóstolo Paulo sabia: “o que adianta ensinar cultura, que nada tem a ver com as Escrituras? De que vale ensinar assuntos elaborados que não têm valor espiritual?”.
Ele era um homem culto, versado em várias áreas do conhecimento, poderia misturar o ensino das escrituras com muitas outras coisas, a fim de impressionar seus ouvintes; contudo, ele afirmou:
“Ninguém se engane a si mesmo: se alguém entre vós se tem por sábio neste século, faça-se de tolo para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus.” (1Cor 3:19).
É fácil cair na armadilha de misturar a Palavra de Deus com Filosofia, PNL, Coaching, e outros tantos assuntos. Chegamos a pensar que a nossa mensagem ficará melhor, que vai agradar, e que seremos bem sucedidos.
Entretanto, a Bíblia possui vida própria, pois trata de assuntos espirituais, para o nosso crescimento espiritual. Ela oferece o genuíno leite espiritual e o verdadeiro alimento sólido, que nos leva a uma comunhão mais profunda com Deus.
Não é apropriado ensinar temas eternos com os temporais; misturar o que é mundano com o que é espiritual. A tentação é grande, seja para exibir conhecimentos, com o intuito de impressionar, seja para fazer as pessoas rirem.
Contudo, perguntamos: como realizar uma obra em ouro com uma postura dessas?
Precisamos decidir o que desejamos fazer.
Sabemos dos desafios para ensinar a Palavra: ter uma vida pessoal de oração, tempo e interesse para meditar; saber organizar os ensinamentos.
Mas, precisamos ensinar o que é ouro puro e derramar colírio nos olhos dos nossos ouvintes, para que “vejam e entendam” a pureza da verdade e cresçam cada vez mais no conhecimento de Deus; devemos orar para que Ele ilumine o coração das pessoas que estamos ensinando.
Se vamos ensinar a Bíblia, então, “vamos ensinar a Bíblia”!
Oferecer o genuíno leite espiritual, e também o alimento sólido, a fim de que o nosso ensino seja útil para aperfeiçoar os que possuem fé no Senhor Jesus.
Para realizar uma obra em ouro, é preciso lançar no coração das pessoas o verdadeiro fundamento, que é Cristo Jesus, e edificar sobre esse fundamento, com ouro, prata e pedras preciosas, e não com madeira, feno ou palha.